Quem sou eu

Eu demorei para saber responder esta pergunta, tão simples e complexa ao mesmo tempo!
Quem sou eu?

Somos todos tão formatados a responder o que fazemos, no lugar do que somos, que quase nos esquecemos que somos human beings (seres humanos), e não human doing (fazedores humanos).

Dica: você pode ler o textão ou ir direto para o infográfico, mais abaixo 😉

Eu nasci num bairro do subúrbio do Rio de Janeiro. Se você já visitou o Rio, provavelmente conhece bem mais da cidade maravilhosa que eu. Nunca estive no Cristo Redentor, no bondinho ou nas praias da moda (Ipanema, Leblon etc). Com sorte, minha família me levava nas ferias para as praias mais próximas, que eram Prainha, Recereio ou no máximo Barra da Tijuca.

Mudei para São Bernardo do Campo aos 3 anos, quando meu pai, com sua cara e coragem, se aventurou em projetos no ABC.

Tive uma infância simples e feliz. Meus pais eram muito novos quando eu nasci, então minha mãe como eu a via era uma espécie de criança-melhor-amiga-grande, que brincava o tempo todo comigo, desenhando, pintando, lendo pra mim e me ensinando a ler e escrever. E eu adorava! Nossos desenhos de meninas com cabelos de lã enviados ao programa do Bamba-la-lão volta e meia apareceriam na tv, e eu ia à loucura aos 4 anos de idade.

Aos 6 anos ,minha irmã há tinha nascido e nós nos mudamos para SP capital.

Na primeira serie, estudei numa escola pública perto de casa, na Consolação. Lá, comi muito pão com doce de banana, carinhosamente embrulhado em papel alumínio pela minha mãe, gastava umas boas moedas comprando maria-mole no recreio, e copiava numerais da lousa nas aulas de matemática. Sim, as aulas da minha mãe eram mais legais e interessantes. Mesmo assim, eu curtia a escola.
Certo dia 23/04 (data do meu aniversário), uma moça apareceu na porta da escola e disse que minha mãe estava doente, e que ela tinha pedido para a tal moça me buscar. Eu, inocente que era, acreditei na mulher. Para encurtar a história, minha mãe foi me buscar na escola e…. cadê a Ana?! A sorte foi que meu pai me encontrou no caminho, e aqui estou. Brinco até hoje com minha mãe que eu poderia estar falando alemão ou russo fluente, mas acabei ficando por aqui. E isso prova como há anjos cuidando de nós. No meu caso, eles fizeram um belo trabalho.

Durante as ferias de julho e de dezembro (e quem tem mais ou menos a minha idade vai se lembrar que nós tínhamos o mês inteiro de julho mais parte de novembro, dezembro, janeiro, fevereiro – e às vezes as aulas só voltavam depois do carnaval!) eu ia com a minha irmã pro Rio ficar na casa dos meus avós paternos e da minha tia. Eu gostava, porque encontrava meus primos, nadava na piscina Regan (aquelas piscinas de plástico redondas), comia feijão preto das tias-avós. Meus pais também deviam gostar, pois tiravam ferias da gente. Lá, minha brincadeira preferida era ficar na escolinha: uma garagem adaptada no quintal dos meus avós, que devia chegar a uns 45 graus Celsius, onde eu dava aula para os meus primos. Gostava de escrever no quadro com giz, e ensinar não-me-lembro-o-quê. E como eu amava aquilo!

Em dado momento, meus pais começaram a se separar – e isso durou uma eternidade. Eles iam e voltavam, e quando por fim se separaram, eu pensei “até que enfim! agora vou ficar com o lado bom dos dois!”. Mas isto não aconteceu. Meu pai acabou saindo de cena completamente, o que me rendeu bons anos de trabalho interno para sentimentos como rejeição, abandono e coisas do gênero. Até muito recentemente eu andei fazendo a limpeza desta bagagem emocional. Por outro lado, meu pai também me deu grandes presentes: com isso, aprendi a me virar, descobri ser capaz de fazer acontecer, de que posso conquistar o que quiser. Aprendi que às vezes o melhor que alguém pode nos oferecer é o silêncio e a distância, para que cresçamos e nos tornemos a pessoa que viemos nos tornar. Meu pai era meu heroi, e as memórias que guardo dele são as melhores possíveis. Eu amava trabalhar com ele, em seus projetos grandes e mirabolantes. Ele era criativo, inovador, tinha um senso de humor delicioso. Era carismático e inteligente. Eu olhava seu trabalho como consultor, e gostava de participar, ora fazendo correção dos textos, ora sonhando junto com ele. Muito do que me tornei é reflexo disso. E eu o amo, honro e agradeço eternamente pela perfeição dos fatos.

O tempo foi passando, e chegou a hora de escolher um curso na faculdade. Eu havia crescido com o sonho de me tornar dentista. E para isso, fiz 2 anos de cursinho. No primeiro, passei em Odonto numa universidade particular, que custava um valor x que, para nós, estava fora de cogitação. No segundo ano, eu fiquei na fila de espera de uma grande universidade estadual. Mas aí, algo fora do script aconteceu: eu me dei conta de que tinha aflição de sangue: meu sistema nervoso central dava “tilt” e uma enorme moleza tomava conta de todo o meu corpo. Achei, então, prudente pensar em algo diferente.

No segundo ano de cursinho, me janeiro de 1995, ele apareceu na minha vida. Nós nos conhecemos numa balada. Ele, sozinho no meio da pista, parceria um holofote de autoconfiança. Eu, a garota cheia de espinha, que se achava a miss feiura, e que não ousava olhar nos olhos de ninguém, fiquei encantada com aquela força que ele transbordava. E então, o Universo nos conectou. Com superbonder 🙂

Tempo vai, tempo vem, ele acabou me estimulando a buscar um trabalho.
Meu primeiro emprego foi como recepcionista bilíngue. Lá, fiquei por 2 anos, e também durante algum tempo auxiliei a área de RH nos processos seletivos. Comecei a ficar empolgada com a possibilidade de mudar de área. Mas não aconteceu. Então, percebi que o pessoa de certa seguradora chegava sempre muito alegre e sorridente para as reuniões com a diretoria. E depois descobri que aquela empresa havia saído na revista “As 100 melhores empresas para se trabalhar”. Mandei meu currículo, e acontece que a seguradora tinha um banco, onde acabei indo trabalhar. Minha entrevista naquele banco foi bem surreal:
– Ana, você sabe usar calculadora HP?
– Não…
– E você tem inglês técnico para comércio exterior?
– Não
– Você conhece alguna coisa de importação e exportação?
– Infelizmente, não!
Fui pra casa na certeza de que tinha bombado, e dias depois recebo uma ligação para começar a trabalhar como estagiária.

Dali, fui mudando de banco. Da área de back-office ou retaguarda, para o front-office, ou área mais comercial.
No front, digo que meu trabalho era perfeito, sensacional, mas não pra mim. Você tinha oportunidade de viajar o mundo, negociando com bancos de todo o globo: América do Sul, América do Norte, Ásia, Caribe, Europa…
Sim, viajei bastante, até mais do que gostaria. Mas o fato é que, ao estilo Faroeste Caboclo, “eu sabia que aquilo ali não era o meu lugar”. Mas… qual seria o meu lugar?! Aos quase 40 anos eu não fazia ideia do “pra quê” nem do “por quê” eu estava aqui neste planeta azul.

Então, um dia, durante uma viagem a Toronto, eu virei para minha entoo chefe e disse que, ao voltarmos, eu ia fazer um curso pra mim. Falei um pouco disto no post da minha transformação, então vou encurtar aqui. Quando cheguei, mergulhei de cabeça num curso de 12 semanas. Lembro que no primeiro dia, durante a apresentação dos participantes, eu tremia. Sim, eu era capaz de fazer reuniões em outras línguas, mas falar de mim para um monte de desconhecidos era uma versão do filme “A soma de todos os medos” pra mim.

As 12 semanas se passaram, e eu comecei a falar, a me expressar, a dizer SIM quando queria dizer sim, e NÃO quando queria dizer não. Muita coisa mudou na minha vida. Num primeiro momento, eu pensei que eu havia mudado. Depois, pensei bem, e achei que tinha, na verdade, me transformado. Só que depois caiu a ficha: eu tinha mesmo era me reencontrado! Por isso as coisas estavam mais fáceis, simples e fluidas. Porque eu podia ser eu mesma sem fazer esforço. Aquele foi o primeiro passo para eu redescobrir quem eu era.

Depois daquele curso, vieram outros, presenciais, online, palestras, eventos, seminários, formações… Fiz minha formação primeiro como Coach de Vida, depois, de Carreira. E então vieram muitos outros cursos e formações.
Durante a formação em Coaching, eu comecei a aplicar e testar o método nas pessoas à minha volta. E os resultados foram extraordinários. Aquilo realmente me entusiasmou! Era como seu eu me teletransportasse para a escolinha da minha avó e para os projetos de consultoria do meu pai. Era uma soma de varias coisas que eu amava fazer: aprender ensinado e ensinar aprendendo; ser uma ferramenta para mudar a vida para melhor; trazer leveza, alegria e diversão; transformar sonhos em conquistas e resultados mensuráveis. Aquilo era a minha Disney particular! Meu coração reconheceu imediatamente ali o meu caminho.

Em 2015, após preparar bem o terreno, fazer os devidos ajustes financeiros, e me preparar psicologicamente para uma transição, eu finalmente pedi demissão. Tentei negociar que me mandassem embora, mas não aconteceu. E então pensei: “se este for o preço para eu me sentir feliz e realizada, está barato”. E então deixei o mundo corporativo.

Não foi fácil me desapegar de cargos, títulos, bônus, salários. Isto tudo aconteceu gradualmente, foi um processo. Gosto de transições graduais. E assim o Universo costuma me apresentar as mudanças degrau a degrau. E eu vou galgando cada um. No meu tempo, mas sem perder tempo.

Pedi demissão num dia primeiro de abril. E foi a decisão mais seria e divertida que eu poderia ter tomado nesta vida.

Após este movimento, muitos novos desafios me foram apresentados pela vida. Empreender tem seus prós e contras. Você acaba sendo responsável pelo seu negócio de cabo a rabo: você é o RH, o financeiro, o administrativo, a TI, a área de vendas, de marketing, a faxineira e a moça do café. Você deixa de ter alguém te dizendo o que fazer, qual a sua meta. Você tem liberdade de fazer o que quiser, do jeito que quiser. E esta liberdade pode ser traiçoeira se você não souber o que fazer com ela. Você pode se sentir sozinho, sem direção. Você também pode, eventualmente, tentar trazer os processos quadrados e arcaicos do mundo corporativo para seu negócio.

Tudo isso é um processo, tudo isso são fases e tudo é aprendizado.

A melhor parte é ter o prazer de partilhar minha experiência e vivência com você.
Seja qual for a fase que você estiver: de se amar; de descobrir seus talentos; de encontrar sua missão e seu propósito; de buscar um novo trabalho que nutra a sua alma; de empreender seu sonho; de colocar mais alma no seu negócio…
Se precisar de mim, se você se conectar comigo, estarei aqui, de braços abertos, esperando você para desenharmos um caminho mais divertido, leve e criativo para essa sua vida linda!

Venha, vamos voar juntos mais alto, lá onde os sonhos nascem e onde eles são materializados com fluidez, aproveitando a direção e a força dos ventos!

Com amor,
Ana

 

 

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  • Que história linda… e como tudo o que acontece nos direciona perfeitamente para o melhor caminho!
    Me identifico muito com a sua história, com essa simplicidade e riqueza, e me encho de esperança e confiança para caminhar.
    Gratidão!

    • Nossas histórias realmente têm muito em comum, e se cruzaram num momento em que ambos os lados se nutrem, se ampliam e evoluem com amor e luz! Gratidão por trilharmos juntas este belíssimo caminho da evolução, da volta pra casa, para a nossa essência, Eli!

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