O que a experiência de ir à feira me mostrou

Semana passada, pela primeira vez na vida (de casada), fomos à feira.

Depois de 23 anos juntos, 17 destes casados, resolvemos visitar a feira – que por sinal fica aqui na rua de trás de casa.

Lá chegando, minha vontade foi sair tirando foto de tudo, para partilhar aquela “alegria” com o mundo todo. Mas ali, bem ali, no meio da rua, naquele exato momento, eu ouvi uma voz muito gentil que dizia: este momento é seu, é pra ser vivido, e não partilhado (daí nasceu até este post aqui).

Então eu me contive, e segui adentrando a feira, observando as barraquinhas, as pessoas que iam e vinham, os feirantes, as cores, as formas e cheiros daquilo tudo.

Foi como entrar numa praia, você começa experimentando a arrebentação, e quando vê, já foi abraçado de corpo inteiro e está mergulhado até o pescoço.

E lá fui eu aplicar a experiência do ET na feira (para quem nunca me ouviu falar disto e não sabe o que é, ouça este podcast aqui) e me permiti ficar maravilhada com toda aquela “novidade” revestida de simplicidade mundana, na beleza de sua simplicidade.

Existem cheiros que só encontrarmos na feira: aquele cheiro de manga doce combinada com abacaxi suculento, o cheiro da barraquinha de especiarias, onde aromas de orégano, cravo e cominho se misturam numa espécie de mostra multicultural, cheiro de pimentão, de tomate, de ervas frescas, cada qual tocando uma parte diferente do nosso cérebro, trazendo à tona memórias de todos os tempos: da infância aos tempos atuais.

Enquanto passeávamos entre as barraquinhas, eu via e sentia quanta vida há na feira: como é natural o movimento de experimentar as frutas fresquinhas daqueles que as comercializam, como é gostoso exalar diferentes cheiros, tocar diferentes texturas, pegar frutas fora de embalagens, sem códigos, barras e plásticos industrializados, e verdadeiramente sentir seu formato, sua consistência, e até poder provar delas ali mesmo, na hora, a ponto do seu suco ocorrer por entre os dedos e melar a mão, enquanto sua boca degusta as maravilhas da natureza e esboça um imenso sorriso de satisfação no final. Assim, fora da caixa, sem ter que ficar longos minutos para passar no caixa!

Passear pela feira nos proporciona uma refeição quase que completa: dos pedaços de goiaba, aos tecos de melancia, das lascas de melão ao pequeno cacho de uvas docinhas… Da relação dar e receber, de coisas que estão ficando fora de moda: olho no olho, sorrisos, partilhas e gentilezas.

E foi neste movimento de pura humanidade que eu me lembrei quem sou: um ser que escolher estar neste aqui e agora para sentir, para viver emoções como aquela, de explorar ao máximo os sentidos: sentir, provar, comer, cheirar, ver, ouvir, sorrir, se lambuzar…

A feira foi uma das experiências mais espirituais que eu tive nos últimos tempos.
Porque ser espiritual é estar no mundo, usar os sentidos, com a consciência de que estamos aqui somente de passagem, e que a coisa mais inteligente e sábia a se fazer é aproveitar cada momento, vivendo a humanidade de forma plena, intensa, ajustando a todo momento as nossas lentes do amor para enxergarmos que estamos todos buscando fazer nosso melhor.

Podemos usar qualquer vivência, tarefa ou situação para exercitar a elevação da consciência.
Ao contrário do que pensamos, não é necessário estarmos num mosteiro, escalarmos uma montanha ou mergulharmos num profundo estado de meditação transcendental para que este portal se abra.

As melhores e mais importantes descobertas são simples, e estão escondidas nos atos do quotidiano que, quando visto por um novo ângulo, ganha um sentido totalmente novo, libertador e engrandecedor.

 

Gostou do blog e do artigo? Deixe um comentário!
Você também pode compartilhar o conteúdo nas redes sociais usando os botões abaixo.
E para ser avisado quando novos artigos forem postados por aqui clique no quadradinho abaixo.
Ao ler ou acessar esta ou qualquer outra mensagem minha você estará recebendo energia quântica de Amor e Abundância.

Gratidão pela visita!



  • Que lindo!!! Vou muitas vezes à feira, mas com você agora vi e senti tudo de um jeito mais sensível e divino, como tudo pode ser, e é! É muito precioso poder ver com os seus olhos e coração de criança e ajustar os meus olhos para voltarem a enxergar tudo isso também! Gratidão, Aninha!!! ❤️

    • Tão apetitosos como as frutas são seus comentários, Lilica!
      E como é maravilhoso podermos fazer das tarefas diárias uma festa dos sentidos, né? ❤️❤️❤️

  • Ana, estou simplesmente encantada com seu post.
    A sensação é de que também fui a feira, senti e vivi na imaginação todas as sensações ao ler suas palavras.
    Gratidão por sempre compartilhar suas incríveis experiências com todos nós !!!
    Obrigadaaaaaa sempre 🙂

    • Que gostoso saber que, de alguma forma, fomos juntas a esta deliciosa aventura, Aline!
      Que continuemos a nos encantar com as coisas simples (e preciosas) da natureza e da vida!
      Beijo grande!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *