Lavanda, Buda, gargalhadas e uma música de presente…

Semana passada foi muitíssimo corrida pra mim.
Algo saiu dos trilhos, e a verdade é que não tive tempo pra cuidar de mim. Logo eu, que vivo pregando que devemos estar em primeiro lugar em nossas vidas.
Quando este tipo de coisa acontecia antigamente, de eu pregar algo e não conseguir fazer, eu me culpava e criticava.

Hoje, agradeço por ser humana e saber que nem sempre seguimos nossos próprios planos, e assim consigo ser mais flexível, amorosa e paciente – comigo e com os outros. Porque, no final das contas, somos todos iguais, perfeitos em nossas imperfeições.

Mas voltando ao foco, o silenciar.
Hoje, segunda feira, resolvi fazer diferente. Acordei mais cedo pra fazer algumas coisas pra mim: tomar meu suco verde com mais calma, voltar a fazer meus 5 ritos tibetanos, fazer ginástica competindo pelo colchonete com minha cachorra Nina rs, tomar um banho gostoso de ofurô pra abrir a semana…

Cortei uns 3 galhinhos de lavanda da jardineira que fica aqui na minha sacadinha, joguei tudo no ofurô e o deixei enchendo, enquanto fazia ginástica no DreamOffice (meu escritório, aqui no quarto do lado).

Já no ofurô, fiquei a princípio observando a beleza e a perfeição dos galhinhos de lavanda. Sua textura, como num mesmo galho há folhas maiores, menores, algumas mais saudáveis que outras, algumas que secam antes… e assim também somos nós, não é mesmo?
Somos provenientes de uma mesma Fonte, Criadora de Todas as Coisas, e ainda assim temos características, tempos, cores, formatos, ideias, percepções diferentes.

Resolvi então desligar o Deezer e silenciar mesmo.
Fechei os olhos, parte de mim submersa na água de lavanda (eu me sinto parte de um guisado divertido e perfumado quando estou no ofurô), e uma figura começou a se formar.
Era um ícone familiar, que não olhava pra mim diretamente: quando eu olhava pra ele, ele girava a cabeça e olhava pro lado; quando eu desviava o olhar, ele olhava pra mim.
Quando nossos olhares finalmente se cruzaram, ele esboçou um sorriso, que foi aumentando, crescendo, e se transformou numa deliciosa gargalhada.
E eu comecei a sorrir e gargalhar junto.
Ele era Buda, e gargalhava alto e divertidamente, a ponto de colocar as mãos na barriga (eu tenho esta mania de rir com a mão na barriga, tipo Gato Félix – ele ria assim, não sei se vocês se lembram).

Então Ele me disse que estamos aqui pra viver assim: sorrido, rindo, honrando o tempo que passamos com nosso mestre interior, ou seja, com nós mesmos. Que é preciso termos mais momentos de paz, leveza e contemplação, como a agenda que fiz pra mim hoje cedo: com coisas que amamos e que alimentam nosso espírito.

Antes de ir embora, ele disse que a segunda música que eu iria ouvir era um presente pra mim (o Deezer estava no modo Flow, que toca músicas aleatoriamente, mesmo que não estejam nas suas playlists)

Voltei a mim, abri os olhos, liguei a música, a primeira que veio foi a de abertura do A Volta (que postei outro dia aqui no grupo, e coloquei como música de fundo do vídeo editado do evento).
A segunda, que foi a que ganhei de presente no silenciar de hoje, foi essa, que nunca tinha ouvido inteira e que me fez chorar muito: http://www.deezer.com/track/4687658

Com carinho e todo o encantamento do mundo,
Ana



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