Vivemos esperando milagres…

Que algo surpreendentemente maravilhoso nos aconteça: que aquela pessoa nos ame de verdade, que nosso trabalho seja finalmente reconhecido e valorizado, que aquele problema grave de saúde seja logo curado.

Que as pessoas tenham mais educação e consideração, que bom senso seja abundante e presente em todos, que os políticos deixem de ser corruptos, que nossos colegas de trabalho sejam mais cooperativos e menos competitivos.

Vivemos esperando um milagre…

Que nossos problemas desapareçam, que ganhemos na loteria de uma vez por todas, que aquela pessoa que tanto nos incomoda suma de nossas vidas.

Que nosso corpo entre e esteja na forma perfeita, segundo nossa ideia de perfeição, que sejamos queridos, amados, aceitos.

Só que a frase “vivemos esperando um milagre” pode ser (muito) melhorada!

1. Quem vive esperando, não está vivendo de verdade.

Porque a vida só acontece no presente, e quem está esperando algo, está se projetando para algum acontecimento do futuro.

2. Esperar só é uma escolha inteligente quando a espera é ativa

Ou seja, quando você sabe que uma força maior está preparando tudo da melhor forma, para que aquilo que for melhor (para você e para todos) aconteça. Esperar é um verbo forte quando associado a outros verbos: confiar, soltar, entregar. Sozinha, a palavra esperar pode ser nociva e levar as pessoas a um estado de sobrevivência:  no lugar de você viver a vida, deixa que a vida viva você. E você se torna passageiro do próprio carro.

3. Milagre não é coisa de santos ou seres especiais. Você mesmo pode realizá-los. Várias vezes!

Afinal, o que é o milagre? Algo surreal, grandioso e estrondoso?
Eu particularmente gosto muito da definição de milagre explicada em Um Curso em Milagres, que diz que “O milagre é uma mudança de percepção.”
Mas o que significa isto? Que o milagre acontece quando NÓS escolhemos ver as coisas por outro ângulo, dando outro significado a elas. A notícia boa é que podemos fazer isto com muitas coisas, em todos os campos, o tempo todo!

É tempo de pararmos de esperar por milagres, e de SERMOS O MILAGRE.

Você pode ser e efetivamente vive o milagre quando…

• Quando pratica a sua própria teoria: 

Quando ouve o que você mesmo fala para os outros, quando lê o que escreve, quando segue seus próprios conselhos. Dizem que a doença surge quando nossas palavras e ações estão desalinhadas, em não-conformidade, ou seja: quando falamos uma coisa e fazemos outra. Temos até aquela frase famosa: “Faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. Sua regra serve para você também, e quanto mais você for capaz de praticá-la, mais serenidade ou paz de espírito terá. A dica aqui é ver qual ponta demanda correções: a fala ou a ação, para que estejam em perfeita sintonia.

•  Quando entende que estamos todos fazendo o melhor que podemos: 

Ninguém erra tentando errar. Todos fazemos o melhor com a informação e o conhecimento que temos no momento de cada tomada de decisão. Equívocos são parte importante e essencial da nossa aprendizagem e do nosso crescimento.
Certa vez fiz um curso sobre Criatividade que falava da importância de cometermos erros. Sem ele, nada novo seria criado. Sem erros, não haveria espaço para o humor e para a criatividade: um mundo onde tudo acontece roboticamente, de forma calculada e livre de derrapada e quedas teria espaço zero para cenas engraçadas e para criarmos e inventarmos algo diferente daquilo que já foi feito.
Mas e aquela pessoa que fui rude com você, que te abandonou no momento mais sensível da sua jornada, que virou as cost pra você, que respondeu bruscamente, que te magoou, etc e tal?
Acredite, ela estava fazendo o melhor que pode. Lembre-se da frase: “cada um dá o que tem”, e não sabemos o que vai dentro de cada um, seus dilemas, problemas, não conhecemos seus fantasminhas.

• Quando escolhe acessar sua essência e ver a inocência do outro:

Este item, embora parecido com o anterior, vai mais fundo. Aqui, o milagre é acessarmos o nosso coração puro e usarmos nossas lentes de amor. 
Coração puro é o coração que trazemos de criança: aquele que não julga, que aceita o que vem, sabendo que tida lição pode ser divertida e proveitosa. Um coração puro sabe que tudo acontece exatamente como tem que acontecer, e acolhe a experiência, sem tentar entender tudo e todos. Sabe que, como diz uma das 4 leis da espiritualidade da Índia, “Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido“.
Escolher usar as Lentes do Amor é escolher olhar para tudo neste estado de aceitação e paz, confiando que uma Força Maior liga os pontos de uma forma que daqui de onde estamos, não conseguimos enxergar o desenho maior, mas podemos escolher olhar com amorosidade cada um dos pontos que vemos, mesmo sem entender cada um deles.

• Quando para de se preocupar com o resultado final, com o destino e começa a apreciar a viagem:

Sei que este exercício na prática é difícil. Somos ainda parte de uma sociedade competitiva, que preza resultados, conquistas, números… Somos muito mais quantitativos do que qualitativos ainda. Computamos mais números do que sorrisos, mais coisas do que a satisfação que elas efetivamente nos trazem.
Mas, como todo hábito, podemos mudar este também. Podemos começar a colocar mais atenção, alegria, amor, diversão e consciência em tudo o que fazemos. Apreciação e contemplação são sentimentos altamente positivos, cuja vibração está acima da vibração do amor, você sabia?
Sua vibração é como um ímã, que atrai para si e para sua realidade experiências que estejam na mesma frequência.
Simplificando, você é como uma aparelho de rádio, e sua vibração ou estado de espírito são o dial, que sintoniza em que tipo de informações (pessoas, situações) você irá sintonizar.

• Quando se liberta das próprias prisões:

Quando foi a última vez que você se divertiu enquanto fazia algo que era “obrigado” a fazer?
Entenda que a prisão que tira sua liberdade está muito mais no ato de você não se permitir colocar amor e alegria naquele ação do que no fato de considerar-se prisioneiro e ter que realizar a tarefa.
Observe quantas vezes você tem dito a si mesmo estas duas frases: “eu tenho que ______”, e “eu preciso _________”.
Estas frases aprisionam você, dando uma falsa ideia de que você não tem escolha.
E a verdade é que você sempre tem escolha – embora seu ego e seu sistema de crenças queira fazê-lo acreditar que não.
Experimente trocar as palavras “tenho que”, “preciso” por “eu escolho”. Uma troca simples, capaz de abrir sua mente a muitos milagres diários e constantes.

Há infinitas formas de você ser o milagre que deseja ver e viver na sua vida.

Estas são algumas, que me vieram à mente para este artigo.

Tenho certeza de que sua prática irá abrir sua mente, seu coração para sua sabedoria interior, e que muitas alternativas surgirão deste movimento. Eu poderia, na verdade, até apostar com você, que se você fizer apenas um dos exercícios de mudança de Mindset (maneira como você vê, sente e interpreta a vida) acima, grandes milagres começarão a acontecer muito rapidamente na sua vida.

Porque, quando o assunto milagre, você é a principal matéria prima para sua ocorrência.

Hoje, seja o milagre que você quer ver, viver e receber!

Com amor,
Ana