Você já experimentou ir a um restaurante – aquele que você mais ama – escolher a melhor mesa, estando na mais fantástica das companhias, sentar-se confortavelmente, e ao ser contatado pelo garçom, ficar lá, inerte, olhando pra cara dele sem fazer nenhum pedido durante longos minutos, ou até horas?

Já imaginou que o Universo é um grande restaurante, esperando para te banquetear com aquilo que você deseja saborear a cada momento, mas que se você não tem claro o que deseja – e se não ousa fazer nenhum pedido – nada lhe será entregue?
Costumo dizer que às vezes pensamos que temos objetivos e sabemos o que queremos, mas será que eles são claros – para nós e para o Universo?

Vamos testar?! Aperte os cintos, que lá vamos nós!

Situação 1:
Você vai ao restaurante e não pede absolutamente nada por pura preguiça ou por não acreditar que o prato estará bom (afinal, você pensa que sempre dá azar e tudo dá errado com você: já esteve ali uma vez e a experiência foi ruim, e você sabe que as chances de isso se repetir são maiores do que as de você não ganhar na Mega Sena).
O garçom não tem como te atender, e você acaba por não se deliciar com nada.
Se este for seu caso, é hora de começar a pedir, mesmo que não tenha certeza do que quer, ou ainda que tenha ocorrido um fato escabroso com você numa ida anterior ao mesmo local, apenas para que comece a saborear a vida e perceba que quando uma coisa acontece conosco uma vez não quer dizer que vire regra, lei ou verdade absoluta e imutável. Somente experimentando é que sabemos se gostamos ou não de algo! Lembre-se da sua mãe dizendo: “Mas como você vai me dizer que não gosta de sorvete de quiabo com alcachofra se nunca experimentou?!”
Lembre-se: quem não pede, não recebe!

Situação 2:
Você recebe o menu e fica lá, escolhendo, escolhendo, escolhendo…
O garçom vai e volta inúmeras vezes, e você ainda não se decidiu. O tempo passa e você só comeu sopa de letrinhas (aquelas que foram impressas no menu) com os olhos.
Você tem vontade de tudo, mas na dúvida, não escolhe nem saboreia nada.
Se este for seu caso, é hora de fazer escolhas, mesmo não tendo certeza absoluta delas. Lembre-se: a todo momento você pode escolher de novo, e diferente. Sua escolha de agora não tira seu direito de uma próxima escolha (igual ou distinta).

Situação 3:
Você pede seu prato, mas quando ele chega, sua cabeça começa a jogar contra você e você fica se martirizando, pensando que poderia ou deveria ter pedido outra coisa. Olha para o prato da pessoa do lado, e pensa: “Puxa vida, eu deveria ter pedido aquilo!”
Se este for seu caso, você está deixando de viver o presente, comparando a sua realidade com a dos outros, e deixando de saborear aquilo que já está ali, inteiramente disponível para você.
Muito se fala do dar e receber, e saber receber é uma arte. A maioria de nós, numa escala de 0 a 10, permite-se receber somente 0,10 (ou seja, praticamente NADA! Não sabemos receber).
Aprender a receber, apreciar, contemplar e saborear o momento presente é uma lição essencial.
Somente estando no momento presente é que vivemos efetivamente e conseguimos sair da condição de sobrevivência para a arte de VIVER de VERDADE.

Situação 4:
Você chega ao restaurante com as pessoas mais maravilhosas do mundo, faz seu pedido, e começa a reclamar de tudo, a comparar os preços, as entradas, os sabores, as texturas com algo que está acostumado a comer. Passa a focar em tudo que não está como gostaria, e no lugar de curtir o momento num clima leve e divertido, transforma a experiência num show de horror. Você não se permitiu estar ali por inteiro, pois estava procurando pelo em ovo, fazendo de tudo uma desculpa para colocar suas insatisfações pra fora.
Se este é seu caso, preste atenção nos seus descontentamentos, nas suas insatisfações. Somente você pode se fazer feliz e satisfazer suas próprias vontades. Se você não o faz, ninguém será capaz de fazer isso por você.
Por conta disto, você provavelmente está buscando pretextos em situações externas diversas para comunicar o que anda carregando dentro de si: para explodir, reclamar, gritar, se revoltar etc.

Poderíamos elencar muitas situações aqui, mas acredito que já deu para ilustrar e para te dar algumas ferramentas para que você se observe, e note como anda agindo.
Importante ressaltar que não existe certo ou errado, mas que – e aí vai meu lema – se você não está se divertindo, você está fazendo alguma coisa errada.

Observar como você tem pensado, sentido, agido e reagido em diferentes situações lhe dará pistas do que pode ser melhorado – ou curado, como costumo dizer e meu marido torce o nariz, em si mesmo. 

O Universo trabalha 24/7 (24 horas por dia, 7 dias por semana) a nosso favor, ele está 100% fechado com a gente, e o tempo todo coloca o chão sob nossos pés, independente da direção escolhida por nós.
Mas quando nós nos esquecemos de que as coisas colaboram conosco, de que o Todo deseja, mais do que tudo, que a gente flua, cresça, evolua, se desenvolva e seja MUITO feliz, passamos a caminhar com medo, como se tudo e todos estivessem contra nós: como se o garçom quisesse nos atrapalhar, como se o cozinheiro estivesse de má vontade bem na hora de fazer o nosso prato, como se a moça do caixa fizesse questão de nos cobrar pelo valor errado (e a mais), e assim vai.

Trazendo para a vida cotidiana, quando deixamos de confiar e acreditar, começamos a esbarrar em nossos próprios fantasmas: pessoas que pensamos quererem nosso mal, inimigos imaginários loucos para puxarem nosso tapete, familiares e amigos que pensamos que gostariam de nos ver na lona…
Mas pense bem: somos todos células de um sistema maior. Você consegue conceber a célula da sua língua com inveja da célula da sua orelha? E se a célula do seu dedão do pé (aquele que andou meio bichado) quisesse acabar com a célula do seu pelo do sovaco?
Já falamos aqui sobre o que acontece quando uma célula resolve ser melhor que as outras.
Simplesmente não dá certo e o sistema todo colapsa e adoece.

Falamos tudo isso para lembrá-lo de que é seguro pedir.
É seguro perguntar, experimentar, saborear.
Até aquilo que chamamos de errar é seguro (faz parte do processo de aprendizado da gente.
(quando um bebê está aprendendo a andar e cai, não chamamos de erro, não é mesmo? Chamamos de tentativa ou prática. Não precisamos ser tão críticos conosco!).
Aliás, você veio a esta aventura chamada vida para isso: para se aventurar, para apreciar, sentir – cores e sabores, texturas e sons, com toda a intensidade possível dos seus sentidos.

Não pedir, não ousar, não comunicar ao Universo o que você deseja é perder viagem.
É sentar-se à mesa e ficar eternamente esperando que o garçom adivinhe o que você quer naquele momento.
Preste atenção: NÃO VAI ACONTECER.

Sua vida acontece a partir de você, daquilo que você pede, deseja, quer, traça como objetivo.

Se você não tem claro seus objetivos, o Garçom Universal não irá te atender!

Por mais que ele saiba o que você costuma pedir ou curtir, ele só age com base na sua demanda.

E cada momento demanda que você demande, de novo, algo novo.

 

Obs: Por Universo, entenda Sabedoria Maior, vida, Criador, Deus, como preferir.

 

Ana, socorro!!! Não tenho claro quais são meus objetivos, e agora?! Meu mundo caiu?!
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