Sobre nossas dificuldades em lidarmos com nossas sombras, ou o que rotulamos de “mau”, “errado”, “sombrio”.
Tenho refletido muito sobre nossas polaridades e dualidades, sobre as dificuldades de aceitarmos alguns pontos que fazem, como um álbum de figurinhas, “parte integrante de nós e não podem ser vendidos separadamente”.
Gostamos de nós quando vencemos, quando estamos contentes, quando o humor está bom, quando tudo sai como planejado, quando o sol brilha, as pessoas são cordiais e os pássaros cantam.
“Nada funciona pra mim” ou “eu sempre faço tudo errado”
Vivemos num mundo de dualidades, para que possamos sentir e experimentar os extremos, diferenciando um do outro.
Num mundo perfeito, pensamos, eu estouraria de ganhar dinheiro todos os dias, só teria os melhores clientes, estaria surfando no topo da onda o dia todo... e por aí vai.
Aposto que já fizemos parte dos dois papéis: o da pessoa tristonha, e o da pessoa consoladora.
Se eu estou com vontade de me acabar em lágrimas, não posso então fazê-lo porque as pessoas que me cercam não querem (ou não estão preparadas) para me verem chorar?
É como se comandássemos ao Criador que o sol ficasse a pino o dia todo, durante todos os dias das nossas ferias, para que pudéssemos aproveitar os dias ao máximo, nos esquecendo de que nenhum ser sobreviveria a isso, e que a em da verdade, isso não seria nada gostoso ou divertido.
E se no lugar desta censura aos sentimentos e emoções, pudéssemos finalmente começar a nos expressar com liberdade e verdade?
Sempre me pergunto por que podemos coçar alguns partes do corpo em público sem problemas, e outras não.
Com quantas coisas, regras, diretrizes, dogmas, leis, enfim, com quantas informações estamos fazendo a mesma coisa?!
Voltando ao tema central deste artigo…
Como seria seu dia e sua vida se você chorasse quando tivesse vontade, comesse quando estivesse com fome, pudesse dormir quando sentisse sono, gargalhasse quando seu coração pedisse?
Quantos sapos na garganta seriam evitados se você pudesse emitir sua opinião sincera e respeitosa quando tivesse vontade, se pudesse dizer SIM quando desejasse dizer SIM, e dissesse NÃO quando quisesse dizer NÃO?
A quantas reuniões de família você teria deixado de participar, sabendo que ninguém te julgaria, condenaria, execraria elo fato de você simplesmente não estar a fim de participar daquele churrasco, almoço ou festa de aniversário daquela tia com quem você não tem afinidade nenhuma, ou daquele primo que você mais ama, mas que por um motivo qualquer, naquele dia em especial, você preferiu estar na sua própria e exclusiva companhia – só você, seus pensamentos, uma tacinha de vinho e seu livro predileto?
Se você já dormiu até acordar, e gargalhou até suas bochechas doerem e até seu abdômen ter cãimbras, você sabe do que estou falando. É você, um ser natural (sim, porque é isso que você é, embora nos esqueçamos e fiquemos muito mais no módulo Human Doing do que Human Being).
Como será que seria sua vida, a sociedade, o mundo, nossa realidade se nos permitíssemos sermos mais humanos e mais de verdade? Com menos regras de terceiros, menos máscaras, menos interpretações? Com mais verdade, mais amor, mais espontaneidade?
Este artigo vem te fazer um convite.
Por e para uma vida com menos “não chore, não quero ver você triste” e muito mais “não precisa fingir mais, seja você que eu te aceito, respeito e estou aqui para sentir e ver você de verdade, sem julgamentos”.
Por e para um mundo no qual faltar a uma reunião não signifique que você não ama mais sua família, ou que não os respeita / valoriza / estima.
Por e para uma realidade na qual possamos viver nossa humanidade por inteiro, e não mais pela metade – a metade “boa, ética, politicamente correta, como temos feito, e cujos resultados são um ser infeliz, incompleto, injusto consigo mesmo e com suas vontades, que como forma de defesa acaba cobrando, julgando, criticando e exigindo o mesmo dos outros.
Você aceita o convite?
E assim é – sempre que você escolher!
5 Comentários para "Sobre nossas dificuldades em lidarmos com as nossas sombras"
Amei!!!
❤️❤️❤️
E seguimos iluminando sombras!
Não somos da Mary Kay, mas adoramos um iluminador de sombras, né?! hahahahaha
Haha
Sensacional!
Gratidão por poder ver tudo mais colorido e iluminado com você! 😍
Ana Paula, eu me sinto muito melhor e mais inteira, acolhendo as minhas sombras e nao mais ficar resistindo e brigando com elas….muitissimo grata!! Hissako
Que maravilha, Hissa!
Vamos iluminar tudo com amor! ❤️