Quem aí se lembra daquela música “Pega na mentira, pega na mentira. Corta o rabo dela, pisa em cima, bate nela. Pega na mentira…”?
Pois é, nossa cabeça funciona assim!
Ela passa por uma determinada situação desagradável (vivencia ou só vê mesmo) e cria ali na mesma hora uma regrinha, subindo um muro de proteção para não se machucar com aquilo ou com nada parecido.
Exemplo: o chefe um dia nos dá uma resposta atravessada (porque talvez não esteja num dia bom) e logo concluímos: meu chefe é grosso e insensível, ele não gosta do meu trabalho, devo estar fazendo tudo errado, acho que não tenho valor etc.
Está criada a regra. Tal regra vira uma crença: a crença de que eu não devo ser boa o bastante, que meu trabalho não é valorizado, de que faço tudo errado etc. E as crenças viram uma verdade pra gente.
O próximo passo será eu contar pra todo mundo o que meu chefe fez comigo e afirmar que ele definitivamente não é uma pessoa bacana – além de sentir que eu sou uma farsa no trabalho e não devo ser tão boa assim, afinal o chefe me respondeu de um jeito grosso e desrespeitoso.
Quando trago as coisas pro campo pessoal, sempre acabo me machucando e fechando portas para conhecer de verdade o outro - e a mim mesma.
Este foi só um exemplo para ilustrar como pegamos um fato isolado e já fazemos dele uma regra, que vira uma crença, que vira verdade pra gente.
O mesmo método é aplicado para outros temas.
Por exemplo: um dia faço um caminho pra ir pro trabalho, algo dá errado, e eu começo a evitar aquele caminho, na certeza de que se eu passar por lá de novo “o mesmo raio vai cair novamente no mesmo lugar” e vou ter problemas de novo.
Ou vou almoçar num restaurante, passo mal depois e começo a acreditar que aquele restaurante não presta.
Mas o que mais fazemos é trazer isso para o diálogo interno, ao falar de nós para nós mesmos: sou alta demais, baixa demais; velha demais, nova demais, não posso porque tenho (ou não tenho) tal formação, tal diploma; sou insegura, desajeitada; não tenho talentos, nem habilidades pra nada; sou preguiçosa, deixo tudo pra depois…
Tudo historinha que um dia inventamos, e que passamos a repetir diariamente pra nós mesmos!
Hoje estou aqui pra te trazer uma reflexão:
Essa história que você anda repetindo sem parar (que alguém te contou, ou que você inventou) sobre você…
- Ela é de fato uma verdade absoluta?
- Ela poderia ser trocada agora por outra história mais leve, positiva e fortalecedora?
As histórias que eu me conto podem me fortalecer ou me derrubar.
Ter consciência delas é um passo importante para começar a mudar a minha realidade.