Eles disseram: não pode beber. Não pode fumar. Não pode comer isso ou aquilo que engorda, enfarta, envergonha, mata.
Não questione isso! Isso funciona assim e pronto, todo mundo já sabe! Não ouse perguntar ou discordar de algo na sala de aula, que você será ridicularizado.
Se você é menino, não pode chorar. Se é menina, seja simpática e sorria, mesmo quando ouvir algo indelicado ou tosco.
Não ponha a mão aí que é feio (sobre partes do próprio corpo).
Não fale palavrão (um dia falei na minha pré-adolescência e me senti tão envergonhada com as chacotas, que só voltei a me permitir falar no último ano).
Ouça seus pais. Eles sabem o que é bom pra você – porque estão seguindo desde sempre aquilo que os pais dos pais dos pais dos pais deles disseram que era bom, certo, o melhor a ser feito.
Aliás, meninas fazem xixi sentadas e meninos, de pé. Porque sempre foi assim.
Não pode ser espiritualizada e engraçada, já ouvi de um amiga querida.
Tem que se vestir desse jeito. Daquele não pode. Pode usar biquíni, mas se alguém te vir de calcinha e sutiã, envergonhe-se, porque é um atentado ao pudor.
Não pode falar isso aqui, tem que ficar na sua; não pode deixar de falar algo na reunião, tem que marcar presença.
Essa não é a idade apropriada pra você: é muito cedo pra isso, é muito tarde praquilo.
Precisa se alimentar x vezes por dia (e x muda a cada nova pesquisa). Pesquisas mostram quanto devo pesar, o que devo sentir, como tenho que me vestir, o que é bom pra mim, e o que tenho que evitar a qualquer custo. Pesquisas que nunca me pesquisaram!
Sabe essas regras? Fodam-se todas elas! Não me pertencem mais.
Eu declaro minha liberdade e independência das regras dos outros neste agora.
Se tiver que ter uma regra, esta será ser sempre eu, com liberdade total de me amar e me aceitar exatamente como eu sou e me fazer feliz, sem me apertar pra caber em regras.
Tá aí, uma des-regra!
Qual a sua des-regra?
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