1º de Abril: o dia em que minha verdade se revelou

Há exatos 2 anos, no dia 1° de abril de 2015, eu entregava minha carta de demissão na instituição financeira onde trabalhava, para abraçar novos caminhos, e viver da minha paixão. Tudo isso aos 38 anos, quando muitos acreditam ser impossível dar um “reset” na vida e começar tudo de novo. De um jeito tão diferente. Numa carreira totalmente nova.

Pela primeira vez, num primeiro de abril, eu parava de mentir pra mim mesma e me permitia, de forma inédita, ser mais verdadeira comigo, como nunca havia sido.

Durante muito tempo eu me questionei por que eu considerava todos os campos da minha vida sensacionais e prefeitos pra mim, menos o do trabalho. Porque, por vários anos, eu me senti deslocada trabalhando no meio das mesas de operações dos bancos.
Enquanto as pessoas ali pareciam focadas e satisfeitas em trabalhar com números, taxas, resultados, eu me sentia a Madre Teresa de Calcutá da tesouraria: queria trabalhar a empatia e respeitar a individualidade de cada um, entender como a mente das pessoas funcionava, o que sentiam, como interpretavam a vida, o que as movia e motivava a romperem seus próprios padrões e limites.
Minha sensação era como se eu pertencesse a um cesto de laranjas, sendo carregado por caminhão que, ao passar por uma lombada ou um buraco, tivesse agressiva e impiedosamente me lançado no balaio de acerolas.
Eu sabia que ali não era meu lugar. Mas não tinha a menor ideia de qual era meu balaio certo, muito menos de como voltar pra ele.

Enquanto eu busquei as respostas fora de mim, a insatisfação perdurou.
Vale dizer que, apesar de não amar o que eu fazia, eu não desgostava de todas as atividades que desempenhava: era interessante lidar com os clientes, internos e externos, desenvolver o relacionamento com outras áreas e instituições financeiras parceiras, conhecer culturas de diferentes países, pessoas e instituições. Talvez por isso tenha passado tanto tempo naquele mercado.

Mas eu não enxergava propósito naquilo que eu fazia: fechar transações financeiras a boas taxas e com boa remuneração. Eu sentia que meu papel era mais importante conversando com as pessoas e parceiros, entendendo como extrair o seu melhor, decifrando suas necessidades e traçando caminhos para a resolução dos problemas, do que efetivamente fechando um novo negócio.

E eu queria muito mudar. Mas não sabia como. Nem por onde começar.
Não fazia a menor ideia da minha missão, muito menos do meu propósito neste planeta.
Achava que eu não tinha nenhum dom. Talento, pra mim, não passava de um chocolate – e se te interessa saber, o vermelho é meu preferido 😉
Eu sabia que algo estava errado, muito errado. Mas não fazia ideia de como sair daquele labirinto que eu mesma havia criado pra mim, no qual há quase duas décadas eu caminhava.

Foi então que um dia, em 2011, enquanto participava de uma conferência em Toronto, eu virei para minha então gestora, com quem estava viajando, e contei pra ela que eu faria um curso diferente, assim que voltássemos de viagem. Nada técnico, nem voltado para comércio exterior, números ou finanças. Nada com o objetivo de turbinar meu currículo ou alavancar minha carreira. Seria um curso que, pela primeira vez na vida, eu faria pra mim, pensando em mim, com foco em mim mesma: algo capaz de me nutrir como ser humano, algo que me trouxesse reflexões profundas e repostas claras, algo que eu pudesse carregar comigo 24h por dia, todos os dias da minha vida.

E assim eu fui apresentada ao fantástico universo do autoconhecimento.
A partir de então, minha vida mudou muito.
E aquela pessoa tímida e calada, que falava bem baixinho, para que ninguém ouvisse caso dissesse alguma coisa errada, começou a se reencontrar e ganhar voz.
Já não temia nem tremia mais quando era chamada a falar sobre mim mesma para estranhos. Passei a olhas as pessoas nos olhos. Comecei a ter coragem de dar a minha opinião, me permiti falar de forma mais clara, assertiva e num volume audível. Questionei várias das minhas próprias regras. Quebrei algumas das minhas próprias barreiras. Tentei coisas novas, descobri que sabia fazer bem muitas coisas, e que aquele carimbo de “bancária da área internacional”, que eu achava ter estampado na testa, era pura ilusão.

De repente, pelo fato de eu ter me aberto a novas possibilidades, todo um universo, novo e desconhecido, se abriu pra mim de volta.
E então eu compreendi. Que poderia fazer tudo o que fazia de uma forma diferente, mais potente e fluida: com amor!
Comecei a colocar amor em absolutamente tudo. Naquilo que gostava e também no que pensava desgostar: nas taxas, nas metas, nas negociações. Nos prazos apertados, nos problemas que tinha pra resolver para as operações saírem a tempo, nos SLAs (rs), nos processos de compliance (grandes chances de eu entrar pro Guiness aqui), nas respostas às ansiedades dos clientes.
Enfim, comecei a trabalhar com amor, a respirar amor, a ser amor, a vibrar amor.
Exatamente na realidade que eu tinha naquele momento: no ambiente em que eu estava, com aquilo que eu vivia, com o que eu já tinha.

E foi aí que percebi todas as coisas começarem a mudar, bem diante dos meus olhos.
As respostas me encontravam, antes mesmo que eu me ocupasse de fazer as perguntas. As pessoas certas, com as informações que eu precisava, apareciam magicamente no meu caminho. Portas começavam a se abrir, e a mim cabia apenas fazer o movimento de atravessá-las.

Fiz minha formação em Coaching, participei de cursos no Brasil e no exterior. E comecei a colocar a teoria em prática desde o começo, atuando como Coach já desde 2013 – e lá se vão três anos e meio!
Meu processo de transição foi bem positivo, planejado e bem desenhado: durante um ano e meio, trabalhei com as duas carreiras em paralelo. Trabalhava no banco em horário comercial, e assistia as pessoas com o Coaching nas minhas horas vagas – à noite e nos finais de semana.
Durante este tempo, admito que abri mão do meu tempo livre, pois tinha um propósito maior, que era me experimentar e vivenciar a nova carreira de forma plena e efetiva, para me certificar de que aquilo era mesmo o que eu queria.
Toda conquista demanda entrega, troca e doação.
Meu marido, no intuito de ter algum tempo comigo, já estava quase pensando em fazer um processo de coaching comigo pra ter minha atenção rs.
Aliás, contar com o apoio dele foi primordial e imprescindível. Porém, para que ele levasse meu movimento a sério, eu tive que acreditar no que estava fazendo e escolhendo construir primeiro. Para então ele entender que aquilo era algo que eu estava levando a sério e que era um movimento importante pra mim.
Para que seja possível vendermos algo, ainda que uma ideia, é necessário que a tenhamos comprado primeiro.

E desde então, tenho vivido meu sonho.
Sinto que estou fazendo alguma diferença neste mundo, que estou partilhando algo real, plausível, mensurável e capaz de trazer leveza, alegria, plenitude e realização a outras pessoas.
Posso afirmar que eu vivo e experimento aquilo que ofereço.
Todos os dias trabalho com amor e afinco no meu autoconhecimento, foco no meu desenvolvimento e na minha evolução pessoal e profissional.
Se é fácil?
Não, amores, não é. Preciso ser honesta e transparente com você!
O ato e o movimento de se desconstruir, reconstruir e redesenhar diariamente dá trabalho; tirar as cascas e os ranços nem sempre é gostoso. Reconhecer que tudo o que você pensava ontem já não faz mais sentido, e se abrir a uma visão totalmente nova de mundo diariamente às vezes nos deixa exaustos.
Mas, uma vez que nossas falsas camadas de proteção se esvaem, ficamos abertos a receber o mais puro amor e a mais bela luz do Universo, e brilhamos com intensidade, ativando nossa própria luz. E isso, por si só, já vale todo o trabalho.
Sem contar que, quando nos permitimos brilhar, iluminamos as pessoas à nossa volta, e as inspiramos para que façam o mesmo.

E é por isso que meus processos são voltados para as coisas que eu vivo e vivenciei, pois sobre estas coisas posso falar com propriedade, de forma verdadeira, a partir da minha experiência: reconquista da autoestima, autorrespeito, autoamor, descoberta de dons e talentos, transição de carreira, empreendedorismo, mudança de mindset, contato com sua autenticidade, ativação da criatividade, reconstrução de si mesmo e renovação total do seu negócio, capacidade de do -criação da sua realidade… e por aí vai.

Assim, quando alguém me diz que eu fui corajosa de fazer o movimento que fiz, de jogar carreira, títulos, certificações, status, bônus e um bom salário pro alto, fico pensando que coragem mesmo você tem que ter para negar a si mesmo e a sua natureza todos os dias, e para continuar se convencendo a fazer algo que te fere, te deixa doente e vai contra seu coração, e na contramão da sua verdadeira missão, por conta de uma falsa segurança que aquilo te traz.

Um dia, quando deixarmos este planeta, levaremos conosco somente as experiências e as alegrias que aqui cultivamos, e os sentimentos de êxito, amor, felicidade e conquista que colhemos. Bens materiais, títulos e reputação ficam todos neste plano.

O que você tem cultivado é aquilo que você deseja colher?

Em caso positivo, parabéns, você está no caminho certo! Talvez algumas ferramentas possam facilitar e potencializar seus caminhos, trazendo maior senso de plenitude e realização durante o processo.

Em caso negativo, pergunte-se se está hora de se fazer uma nova semente.
Há muitas maneiras de mudar. A mais importante é deixando algo que já não faz sentido pra você morrer, enterrar a semente do velho, para que ela dê lugar a um novo ser. Mais saudável, viçoso, cheio de vida. Mais você.



  • Nossa, que legal sua história de vida m, Ana!
    Parabéns pela determinação e conquistou!
    👏👏👏👏👏👏💗

  • Ana, adorei conhecer a sua história e quero dizer que concordo com tudo que escreveu e também já passei por experiências deste tipo.
    Cada dia mais isto fica claro para mim, o que importa é o que podemos nos dar de melhor e assim todos se beneficiam deste Auto-amor .
    Cada um tem a sua missão .
    Beijos

    • Nossas histórias nos fazem únicos e especiais, são a bagagem perfeita para o que temos para servir ao mundo.
      Tenho certeza de que você também traz aprendizados muito lindos na sua bagagem, Liane!
      Beijos no coração!

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