Sua grande aventura começa agora

Certo dia, antes de nascer, você olhou para o planeta Terra como um grande parque de diversões e pensou: Uau, lá parece ser incrível! Um lugar cheio de pessoas amorosas, de natureza abundante, diversa, vasta, e beleza única, estonteante e espetacular. Um lugar onde desejos se transformam em coisas concertas, onde é possível sonhar e literalmente materializar. E você sentiu aquele friozinho na barriga gostoso, típico de criança em dia de excursão (lembra como era?), e desejou muito se aventurar naquele lugar.

Então você chegou aqui.
No começo, tudo parecia mágico.
Ainda pequeno, criava seu mundo encantado, podia se sentir uma princesa, ou um super herói – e até se vestia como tal. Achava que podia voar (e os adultos te proporcionavam esta experiência, simplesmente jogando você pra cima). Acreditava que tudo, absolutamente tudo, era possível.

Mas aí você foi crescendo, e outras pessoas te diziam o que você podia ou não ser, ter, fazer. Do que você era ou não capaz. Te diziam até o que você era: tímido / ansioso / irritado / chorão / acelerado / egoísta / feio. Tantas opiniões! Tantos pontos de vista! E você foi absorvendo a grande maioria deles, como sendo seus. E aos poucos foi transformando tudo em seu ponto de vista, acreditando ser a sua verdade.

E aquele lugar, lindo, mágico, repleto de infinitas possibilidades que um dia você viu lá de cima, aos poucos foi se tornando cinza, duro, difícil, limitado. Você começou a ver a vida, não mais com seus olhos de contemplação e encantamento, mas com as lentes das limitações dos outros.

O caminho que você passou a trilhar já tinha sido aberto por gente que você nem conhecia, e que não conhecia sua essência nem seu coração – muito menos sua capacidade de transformar lindos sonhos em divertida realidade. Mas instintivamente você foi seguindo os passos dos outros. Porque parecia ser o certo a ser feito, e também o mais seguro.

E a vida passou a ser sem graça. Você foi sentindo um vazio enorme. Sem saber que aquele vazio era criado por conta de você ter mais dos outros em você, do que de si mesmo. Você começou a pensar sobre si mesmo e sobre o que você é ou era, levando mais em consideração o que os outros diziam de você, do que efetivamente aquilo que você sentia – e no fundo sabia que era.

E os rótulos que lhe colocaram durante toda uma vida foram aderindo mais e mais em seu ser, e você, sem saber que não precisava ser assim (e nem era pra ser assim) os lia atenta e repetidamente todos os dias, convencendo-se de ser o que um dia rotularam você de ser.

De repente você tinha demais dos outros em você: rótulos, opiniões, informações. E quase nada de você. Você começou a perceber que nunca tinha passado tempo sozinho para se ouvir, se ler, se sentir, conversar com você mesmo. Na verdade, você morria de medo disso: de ter que se encontrar consigo, enfrentar suas sombras, seus medos, suas inseguranças. Afinal, depois de tanto tempo longe de si, de sua verdade, você era praticamente um desconhecido de si mesmo.

A pergunta que muitas vezes havia vindo à tona: “quem sou eu? “ vinha sendo abafada. E você dizia a si mesmo: gora não tenho tempo de olhar para isso, tenho coisas mais importantes a fazer: pagar contas, cuidar da casa, resolver os problemas da minha família.

Você não percebia que, ao fazer isso, você se distanciava mais e mais de si mesmo. E ao tentar resolver todos os problemas daqueles que ama, estava mentindo a si mesmo, deixando de fazer a sua provinha de graduação da vida (de olhar para você, cuidar de você, fazer as pazes com você), fazendo a provinha do outro. E que ao fazer isto, se equivocava duas vezes: uma por deixar sua provinha em branco, e outra por tirar o direito do outro fazer a provinha dele.

E o tempo passou, seu vazio cresceu, e ao olhar ao redor você não reconhecia aquele “resort” exuberante chamado Terra, onde um dia tanto desejou se aventurar, se experimentar como humano.

 

Hoje estou aqui pra te lembrar que um dia você desejou com todas as suas forças, com todo seu ser (sim, com cada partícula e molécula dele) estar aqui neste grande parque de diversões. E que é hora de desaprender algumas coisas. Por exemplo? Que tudo é difícil. Que aprendemos mais rápido pelo sofrimento. Que você não é merecedor, enquanto não fizer muito esforço, lutar muito, der seu sangue etc.

Essas regrinhas não foram criadas por você originalmente, mas você as está perpetuando, ao acreditar nelas e ao segui-las sem questionamentos.

Esse lugar onde você está vivendo não é o lugar perfeito pra você. É um lugar de medo, de repetições, de tédio. Ele é um pequeno cômodo no grande castelo que você escolheu visitar. Mas você se sente preso neste cômodo, com muito medo de atravessar algumas portas para ver o que há além dele.

Estou aqui hoje para te dar a mão, para te lembrar que ao vir pra cá, não foi este cômodo limitado que você veio visitar. As portas estão abertas – sempre estiveram e sempre estarão.

Experimente ficar um tempo com você hoje, as memórias do que você veio fazer, das aventuras que veio ter e dos lugares fantásticos que sabe que veio visitar, experimentar, criar estão todas aí em você.

Liberte-se das regras que te fazem mal: até aquelas que você mesmo criou pra sim para se convencer de que este cômodo apertado e sem luz é seu lugar.

Ouse colocar a cabeça pra fora, dar aquele passo que sabe que está na hora de dar.

Uma grande e gloriosa aventura te espera do outro lado do medo.

Estarei te esperando lá, junto com muitos outros seres que te amam, de sorriso no rosto, braços abertos e coração transbordando!

 

Ps: A grande aventura começa agora.

Agora quando?

Em qualquer “agora”, no exato momento em que você escolher dizer SIM à grande magia que você é, e que está esperando para acontecer!

 

Com amor,

Ana

 

Crédito da imagem: Photo by Jonas Wurster on Unsplash



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